sexta-feira, 11 de junho de 2010

A câmera 16mm e a revolução da verdade: Irmãos Drew e o Direct Cinema nos EUA e Jean Rouch e o Cine Veritè na França.

Período que eu, particularmente, mais gosto de estudar e ensinar. Os anos 1960 e toda ebulição cultural, no cinema, se aproxima da invenção da câmera 16mm e do gravador Nagra que permitem que os cineastas se libertem das amarras do tripé ou dos grandes geradores. Isso logo tem reflexos na produção de filmes documentais tanto nos EUA, como na Europa. O Cinema Direto acredita que deve gravar as situações como se o cineasta por trás da câmera fosse uma mosca na parede, ou seja, sem intervir naquilo que ocorre a sua frente. Já Rouch, na França, acredita que isso não é possível e, portanto, é melhor deixar claro ao espectador que aquela obra está sendo criada. Aqui retornamos com o conceito de metalinguagem e é possível discutir, inclusive, a influencia desse cinema nos movimentos cinematográficos de ruptura que viriam a seguir como Nouvelle Vague, Cinema Novo, New American Cinema, etc. E tudo isso acaba se refletindo, dez anos depois, na produção videográfica brasileira, tanto na construção de uma linguagem do vídeo como no próprio “rejuvenescimento” da programação televisiva, inclusive e principalmente da Rede Globo.

Crônica de um verão, Jean Rouch e Edgar Morin, 1960: (fragmento)



Por Ivanir Migotto (Boca)

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